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#EuEmpregadaDoméstica

“A internet é a nossa voz para o mundo” - Preta Rara

by Revista Zerotreze
15 de janeiro de 2021
in Atitude, Estilo de Vida
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#EuEmpregadaDoméstica
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Matéria referente a Edição 15 – Setembro de 2017 /  Por Bruna Pavanato / Fotos Juh Guedes / Cibele Appes

V

ocê já deve ter visto ou até mesmo ouvido falar sobre o filme “Histórias Cruzadas”, indicado três vezes ao Oscar, estrelado por um elenco de peso como Viola Davis, Octavia Spencer e Emma Stone, que retrata como empregadas domésticas negras eram tratadas pelas patroas brancas no começo dos anos 1960, no Mississippi, EUA. Ou o filme brasileiro, “Que horas ela volta”, que conta a história de Val (Regina Casé), uma empregada doméstica nordestina que trabalha há 13 anos para uma família rica. Ambos com roteiros totalmente diferentes, mas que compartilham uma mesma reflexão: A relação de patrões e empregadas domésticas sob o ponto de vista delas, diante de preconceitos, abusos e opressão. 

 

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Para falar sobre o assunto, entrevistamos Joyce Fernandes, conhecida como Preta Rara, nascida e criada em Santos. Assim como sua mãe, avó e primas, Joyce se tornou empregada doméstica aos 19 anos. Durante os sete anos em que trabalhou em casas de família, ela ouviu comentários maldosos e sofreu abusos de patrões. Hoje, com 32 anos, ela já não é mais empregada, é professora de história e rapper, e no ano passado decidiu ajudar as mulheres que ainda passam por essa situação, criando uma página no Facebook chamada #EuEmpregadaDoméstica, que reúne relatos anônimos de domésticas. A iniciativa surgiu após Preta publicar na rede social um caso que aconteceu com ela quando ainda era empregada. Naquela ocasião, ela havia sido proibida de comer a própria comida que cozinhava na casa dos patrões. Em menos de 48 horas que a ação foi criada, a página atingiu oito mil curtidas e mais de três mil mensagens chegaram em seu inbox, com relatos de mulheres que sofreram assédios, abusos e preconceito onde trabalharam. Atualmente, a página conta 151 mil curtidas e todos os dias são postados relatos anônimos, assim como notícias e projetos relacionados ao conteúdo. 

 

Quando você criou a página? Você tinha noção do sucesso que ela chegaria?

 

“Não, porque não criei com intenção nenhuma. Na realidade a página não foi nada planejada. Eu sempre compartilhei minhas alegrias e tristezas na internet, desabafava mesmo! Foi quando expus meu primeiro relato que eu tive a surpresa do quão rápido potencializou. As pessoas começaram a me enviar inúmeros relatos em todas as minhas redes sociais e com isso eu percebi a necessidade de falar sobre o assunto. Então criei a página, pois eu não podia ler tudo sozinha, guardar apenas pra mim. As pessoas tinham que saber da existência dessas atrocidades e que muitos ainda não entenderam que a escravatura foi abolida, que, para muitos, ela não foi tão bem concluída, que ela é proibida no Brasil e mesmo assim existem domésticas que trabalham em situações análogas à escravidão. “

 

Quantos relatos você recebe por dia? Qual história mais te tocou até agora? 

“Recebo mais de 10 e-mails por dia. A história que mais me marcou é a mesma que falo desde a criação da página, em quase todas as entrevistas, sobre uma senhora de 73 anos, que ainda trabalha como doméstica. Ela teve que subir oito andares de um prédio para chegar ao trabalho porque o elevador de serviço estava quebrado e o porteiro disse que a mando dos patrões ela não poderia usar o elevador social. É culpa do porteiro? Não. É dos moradores que criaram essa regra dentro do condomínio. Uma humilhação sem tamanho por puro capricho de uma burguesia elitista.”

 

Como você lida com os comentários de pessoas ( que acreditamos ser as “patroas”) que se mostram irritadas com o relatos? 

“Eu desprezo, porque a partir do momento que a pessoa vem e não sabe dialogar, se colocar no lugar da outra, eu simplesmente desprezo. Chamo de “sinhá” na página. Minha preocupação na rede social é com as domésticas e não com as patroas. Eu até fiz uma palestra direcionada para as patroas para tentar provocar empatia, mas ainda assim muitas não respeitam, então resolvi não perder meu tempo.”

 

É possível encontrarmos vestígios da escravidão em pleno 2017 nas casas brasileiras?

“Sim. Não só nas casas, como em vários lugares. As pessoas ainda não entenderam que o que elas chamam de minoria é maioria. 54% da população brasileira auto se declara afro descendente e que ainda conseguimos ver as dificuldades e possibilidades que gente preta tem e não tem. As oportunidades no Brasil ainda tem cor. Quase 80% das domésticas do país, são negras. Eu demorei muito tempo para entender que currículo com foto e boa aparência, nunca é personificado numa pessoa preta e sim numa pessoa branca, loira, magra, olhos claros. Isso que é boa aparência no Brasil. Por isso trabalhei como doméstica. Foi a única opção que eu tive, uma opção que nem é opção. Na verdade foi o que me sobrou na época.”

 

-Você acha que a internet é uma plataforma que ajuda no reconhecimento da causa e das ações? 

Sim, a internet é importante porque a gente pode falar o que quiser lá. É a nossa voz para o mundo. Enquanto a TV, os jornais, querem censurar ou querem vender notícias não verdadeiras, lá eu posso postar o que realmente aconteceu e as pessoas acabam se identificando, e isso tem um alcance bem maior. Hoje em dia o meu alcance na internet é bem maior do que quando eu estou na mídia. Lá eu posso falar o que quero e penso e outras mulheres acabam se identificando.

-Que conselho você dá para as patroas terem um bom relacionamento com as empregadas?

“Primeiramente, se colocar no lugar da doméstica. Você gostaria de ser tratada como você a trata? Você gostaria de ter horário pra entrar no seu serviço, trabalhar sem parar até tarde e não ganhar hora extra? É preciso rever seus conceitos. Tem que registrar a carteira de trabalho, por exemplo. Porque registro não é sinal de ser boazinha. É lei, a patroa não está fazendo mais que a obrigação. Empregada doméstica é de fato uma profissão e ela não quer ser tratada como se fosse da família, ela só quer cumprir com os deveres, ter os devidos direitos, hora pra entrar e hora pra sair, licença maternidade e respeito, sempre, respeito. 

 

-Apesar dos abusos e constragimentos, em alguma família você recebeu o devido tratamento, passou por bons momentos?

 

“Como empregada doméstica eu tive mais tristezas que alegria. Foram poucos momentos alegres, poucos momentos “humanizados” como eu costumo falar. Por mais que as patroas dissessem que eu era parte família, nunca era. Meu sonho sempre foi ingressar na universidade e muitas patroas me desmotivavam. Diziam que minha condição era ser empregada doméstica e que estudar não iria alterar minha condição social. Porém teve uma que me incentivou, então posso falar que foi um momento bom. Ela me emprestou um livro pra ler e me apresentou os programas sociais, ProUni e Pronatec.”

 

-Hoje você é professora de história, cantora e compositora. Conte-nos um poucos mais sobre isso, assim como seus projetos atuais e futuros.

 

“Bom, eu sou formada em história, dei aula durante seis anos e hoje em dia não leciono mais. Me mudei de Santos para São Paulo há dois meses. Estou trabalhando com a música, dou palestras e sou poetisa. Tenho outro trabalho voltado para moda plus size também. Meu projeto atual é a Web Série “Nossa voz ecoa”, que terá dez episódios abordando diversos temas como gordofobia, racismo na infância, a questão do corpo negro incomodar em alguns espaços, feminismo negro, hip hop e a participação de personalidades como Criolo, Djamila Ribeiro, MC Soffia e mais uma galera muito querida. Enfim, esse é o meu projeto para esse ano. A minha vinda para São Paulo, foi para dar continuidade no meu trabalho, escrever músicas novas, sem pressa. A única pressa que eu tinha era de vir pra cá, então “aqui já estou, aqui cheguei”. E agora quero dar andamento em outros projetos, como o próprio livro do #Euempregadadoméstica, entrelaçando minhas histórias com as da minha mãe e minha vó, juntos aos relatos que recebo na página. E é isso, sigo continuando nos trabalhos, já aí, há 12 anos na cena.” 

Para acompanhar Preta Rara nas redes sociais: 

facebook.com/euempregadadomestica 

facebook.com/pretararaoficial

Instagram: @pretararaoficial 

Canal no Youtube: Preta Rara 

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